terça-feira, 9 de novembro de 2010

Prato Frio Com Orelha de Porco

1.
Acordei com o puto do Jessé cantando irritantemente “voa, nas manhãs ensolaradas....Voa, no estalo do meu grito, quero ver teu infinito...”. Caralho, estalo era o som feito bigorna em meus ouvidos. Abri os olhos - somente o esquerdo, pois o direito se recusava – para ver se o diabo estava sorrindo para mim. Quando o mundo parou de girar e da noite fez-se luz, quem sorria para mim era o Janda. Fiquei me perguntando o que o Janda estaria fazendo no inferno. Será que recebeu a benção do Padre Amaro também?
- Finalmente. Pensei que a Bela Adormecida só iria acordar com um beijo.
- Vai se fuder, caralho. Cadê aquele sushi-ninja caolho?
- Tá ali no canto, esperando o beijo do príncipe.
- Filho da puta. Pensei que tivesse me matado. Merda! Não fica me olhando assim seu puto. Pensa que é fácil tomar uma surra? E vá tirar esse puto do Cd. Tenha dó, bota a Jenis ou o Joe Cocker. Até parece viado escutando isso.
- Desculpa por ter nascido. Da próxima vez eu deixarei o Sushi-ninja à vontade.
- Cadê a Boneca?
- Tá lá no quarto. Dei um sossega leão pra ela. Estava nervosa demais.
- E o telefone daquela bunda que eu te pedi?
- Jack. Você enlouqueceu de vez? Acabou de apanhar feito cachorro sarnento em porta de churrascaria e ainda quer saber de mulher?
- E eu iria querer saber de homem por acaso? O problema é teu se tu patina e joga barro na capota. Liga pra ela e diz que quero ter uma conversinha com ela. Se ela retrucar, pode dizer que vai rolar uma grana alta na parada.
Enquanto Janda foi fazer a ligação, subi até o quarto ver como estava a Boneca. Se ela soubesse de todas as falcatruas do pai, teria se matado há mais de ano. Abri lentamente a porta para não fazer barulho. Ela dormia feito um anjo. Puxei o lençol e cobri o seu corpo. Da janela aberta entrava um vento frio.
Fui até o banheiro e tentei me olhar no espelho. Apenas tentei. O que vi não foi nada agradável. Aquele filho da puta me arrebentou.
Depois de tomar um banho e trocar de roupa, apaguei a luz do quarto e desci.
- Cadê o Sushi-caolho?
- No porão.
- E a bunda?
- A Katieli vai chegar daqui a pouco.
- Katieli? Nome de puta. Perfeito. Me avisa quando ela chegar. Vou ter uma conversinha com o Sushi-Ninja caolho. E aumenta o som. Não gosto de trabalhar no silêncio. E se você rodar o puto do Jessé outra vez, juro que subo e faço aquela cirurgia que tu tanto sonha. Sem anestesia.
Quando cheguei ao porão, Sushi-Ninja caolho estava deitado no meio do cômodo. Os pés, pernas, braços e mãos amarrados. Esqueci que o Janda fora escoteiro. Não resisti e chutei suas costelas com tamanha força que pude ouvir o barulho de uma ou duas se quebrando.
- Acorda seu puto. Hora de batermos um papinho ao estilo Jack. Pena que o Tonho Boca Santa tenha morrido, ele ia adorar comer essa tua bunda.
Antes que Caolho Sushi amarrado pudesse retrucar, eu já estava com a torquês enfiada em sua boca. Os dois primeiros dentes saíram com facilidade. Com os outros foi preciso o auxílio de um martelo e de uma talhadeira.

2.
Quando aquela bunda entrou na boate Coyotes Dancing Bar, até os seguranças pararam para olhar. O traveco não perdeu tempo e já veio abordá-la.
- Oi neném. Veio curtir a noite? A mamãe aqui faz coisas que até o capeta duvida.
- Depois minha flor, depois. Preciso falar com o Denis, fiquei sabendo que ele tá precisando de corpinho novo.
- Olha, precisando ele não está, mas posso te arrumar uma vaga. Em troca quero uma noite inteirinha com você.
- Me leva até ele que você vai descobrir que eu é que faço coisas que até o capeta duvida.
A Mona levou Katieli até uma mesinha um canto escuro e já pediu para um dos seguranças ficar de olho para que nenhum freguês se aproximasse. Pediu também para uma das chapadas levar uma dose para ela.
Numa mesa próxima eu observava tudo enquanto uma loira cheirada ficava falando sem parar no meu ouvido. Não sei se falava ou berrava. A única coisa que sei é que minha ereção não dava trégua e que não entendia porra nenhuma do que a puta falava. Eu apenas sorria e concordava. De vez em quando dava uma abocanhada em seus peitos.
Vi quando Denis sentou-se à mesa e começou a falar com a Bunda. No início estava todo sorridente. Mandou ela se levantar para apreciar o material e tirar uma lasquinha daqueles quadris. Velho puto, aposto que nem o pau levanta mais, no máximo endurece a língua. A conversa foi demorada e pelo visto Denis estava gostando da Bunda.
A loira cheirada não parava de bolinar meus ovos e de falar porra no meu ouvido. Algo do tipo que enfiou um pepino na bunda de um empresário, dono de uma emissora de TV e que até o Inri Cristo e suas discípulas foram seus clientes, tipo suruba ou coisa parecida.
Entre uma mordida e outra no mamilo da cheirada, eu observava as reações do Denis. O ápice foi quando ele abriu o pacotinho pardo que a Bunda lhe alcançou e de dentro caiu uma orelha adornada com um brinco, que pela reação dele, reconheceu como sendo o brinco da sua querida filinha.
A bunda se manteve firme. Esperou pacientemente até que Denis parasse de jogar os copos e a mesa contra o espelho da parede. Percebi que os seguranças começaram a se movimentar, não sabendo exatamente o que estava acontecendo e qual era o alvo.
Mais algumas palavras até que a Bunda levantou-se e começou a rumar em direção à porta de saída. Aproveitei para dar uma última mordida no mamilo da cheirada e saí discretamente. Quando passei pelo traveco, este não deixou de ver o volume em minha calça e já veio com sua mão cabeluda para me agarrar.
- Já vai neném? Fica que a mamãe vai cuidar de você. Nossa! O que é isto aqui embaixo?
- É um pau cheio de cancro neném. Você não vai querer chupá-lo hoje.
- Ai! Nojento. Vai te tratar. Passa longe de mim. Cruz em credo!
Fui até meu carro e de lá liguei para o telefone do celular do Sushi Sam Caolho Enlatado para Denis:
- Caolho? Falou Denis ao atender.
- Não. É o cara que comeu o cu do caolho e que está doido para comer o rabo da tua filinha. Gostou do brinco Denis?
- Seu filho da puta, se encostar na minha..
- Cala a boca Denis. Você tem apenas três horas. Depois disso você pode dar adeus ao rabinho virgem da tua princesinha.
- Se você tocar nela..
- Bla bla bla. Para de ser puto. Vai fazer o quê? Vai me prender Delegado? Daqui a três horas aquela bunda gostosa vai voltar. Você entrega a mochila recheada para ela. Quando a bunda me entregar a mochila eu libero tua virgenzinha dos lábios cor de rosa. Se bem que não sei se não vou dar uma rapidinha antes.
- Eu te mato seu filho da puta!
- Mas não hoje. Duas horas e cinquenta e sete minutos Denis.

3 comentários:

FabioZen disse...

Muito bom.Em um ritmo e narrativa ágil e quase interativa.Ótimo!!

Isa V ... disse...

de quem é a autoria da música?
rsrsrs
muito bom!! ri águas.. rs

Kamylla Cavalcanti disse...

nossa essa é insuperável
rsrsrs
bjs
to te seguindo "anjo"rsrsrs