sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O homem que conhece seu destino não tem medo de nada

O idiota tinha cara de bebezão da vovó. Branquelo, balofo, nariz de batata, cabelos brancos. Usava samba canção de pegadas de patinhas de cachorro. Batia com um rabanete na bunda da prostituta, quando entrei. Ah, faça-me...
–– Uau, parece divertido. Depois vai fazer o que com isso? Enfiar no teu próprio rabo? – eu disse pra ele, sem sacar o revólver.
–– Como você entrou aqui?? – perguntou, deixando o rabanete cair no chão e ficando mais branco ainda, com aquela expressão idiota na cara piorando.

–– Teus seguranças. Tavam trepando atrás do mato quando surpreendi os dois. Tirei uma foto e prometi não contar nada pra mami deles se me deixassem entrar.
–– Tá mentindo!
–– É, tô. Na verdade foi assim: o da porta, eu atropelei. Fiz parecer que fosse um acidente. Quando a outra gracinha veio ver o que tava acontecendo, fiz uma ceninha toda, gritei “aimeudeus”, pus ambas as mãos na cabeça... E aí, quando ele se virou pra checar o companheiro estirado na rua, me livrei dele com um garrote improvisado.
–– Garrote? – disse, coçando a cabeça com aquelas mãos gordinhas de bebê crescido.
–– É, seu gordo burro do caralho. Não sabe o que é um garrote?
–– ...
–– Garrote é isso aqui, neném – e mostrei pra ele os pedaços de arame entrelaçados e meio ensanguentados.
Prostituta deu um gritinho e se encolheu toda, indo pra cabeceira da cama. Era gostosa: loira, burra, olhos verdes, coxas grossas, unhas pintadas de pink, boquinha carnuda, calcinha fio dental preta com pompom atrás. Devia ter a bocetinha rosa... eu tinha que ver pra saber.
–– Precisa ficar com medo não, gracinha. Depois que eu acabar com o cara de cuspe aqui, vou ser BEM legal com você – e pisquei pra ela, com o meu olho esquerdo, o de vidro.
–– Seu filho da puta, deixa a minha esposa em paz! – disse Cara de cuspe gordinho da vovó.
–– Tua esposa? Jura? – olhei pra ela, fazendo cara de admirado e depois olhei pra ele. –– Cê deve ter muito dinheiro mesmo.
Num movimento rápido, Garotinho da Vovó abriu a gaveta e sacou uma automática lá de dentro. Mas claro, não foi rápido o suficiente. Antes de se virar, eu tinha aberto um outro cu em sua bunda de bebê elefante.
–– Vo... vo... você atirou na minha bunda! – gaguejou.
–– É, e ... e... eu atirei na sua bunda – sacaneei. Logo em seguida, dei o tiro de misericórdia.
Prostituta estava chocada demais pra falar alguma coisa. Quero dizer, esposa. Era difícil de imaginar uma mulher daquelas com um leitãozinho a pururuca daqueles. Bom, pelo menos agora eu não tinha mais que imaginar. Olhei pra ela e falei:
–– Princesinha, sabe como isso funciona, não? – falei baixinho, guardando o revolver e me aproximando. –– Primeiro cê precisa tirar a calcinha.
–– Não! Por favor, não! Por favor...
“Pipipi pipi pipipi pi.”
Era a porcaria do celular tocando. Atendi. Chefe do outro lado da linha. Perguntou se eu tinha terminado o serviço e disse que precisava de mim. Urgente.
Matei a prostituta, a esposa, com um tiro no meio da testa. Uma pena mesmo. Afastei a calcinha pra ver: era rosa, rosinha, como eu tinha imaginado. Puta desperdício.

Continua...

Nenhum comentário: