sábado, 31 de julho de 2010

Tempos de Violência parte II





Faltavam dez minutos para as duas da madrugada quando o celular de Anibal tocou:

- Fala chefe. Sim já estou com o pacote. Não, ainda não. Eu sei chefe, mas quase bati em dois viados chapados num cruzamento. É chefe, dois viados chapados, passaram o sinal vermelho num Voyage velho e preto, caindo os pedaços. Sorte dos putos que eu não podia parar, senão arrancava as bolas deles e enfiaria goela abaixo. Tá bom chefe, pode deixar comigo. Desligou o telefone e acendeu um cigarro. Ainda estava com aquele Voyage na cabeça. Quase que o serviço acabou em merda.

Conhecido nos guetos e ruelas como Jack Animal, ou Canibal, ou Jack o Temido. Policial com mais de vinte anos de rua e violento ao extremo, seus métodos de combater o crime não passavam pelos tribunais. Jack era um exterminador. Para ele a justiça só servia para acalmar os ânimos hipócritas da população e da mídia subversiva e capitalista.

- Tonhão! Abre o porta-malas e traz o viado pra cá.

- É pra já, Jack.

Tonho Boca Santa, Tonhão ou Aleijadinho (este último devido a um pequeno, melhor, gigantesco detalhe em seu pau). Recém-saído da academia de polícia e criado nos subúrbios da metrópole. Sua infância foi cercada pelo alcoolismo e a violência do pai. A mãe se prostituía às escondidas para conseguir uns trocados a mais. Tonho caiu no colo de Jack logo que se formou. O último parceiro de Jack foi encontrado carbonizado em uma clareira na reserva florestal de Serrinha, distante cerca de vinte e cinco quilômetros do centro da cidade. O apelido Boca Santa foi Jack quem deu devido à sua capacidade de adivinhar o que iria acontecer, e Tonho Boca Sana sempre adivinhava.

Jack olhava para as águas lamacentas e cheias de esgoto e metal pesado das indústrias, enquanto tragava seu cigarro mentolado e esperava Tonho Boca Santa trazer o pacote. Avistou um corpo boiando no meio daquelas águas putrefaz. Estava longe, mas sabia que era um corpo. Aquele rio também era local de desova de defuntos. A polícia não dava muita importância.

- Aqui está Jack.

- Bom. Muito bom Tonho. Vamos ver se essa mocinha aguenta o tranco.

Jack retirou o capuz e a mordaça do homem jovem, na casa dos vinte anos. Deu-lhe um tabefe na cara que o fez grunhir.

- Então tu vai embaçar meu negócio? Perguntou Jack.

- Não senhor, eu juro. Respondeu o jovem, choramingando.

- Qual o teu nome, infeliz?

- Michael, senhor.

- Bichael? Isso é nome de macho? Tem apelido, viado?

- É Mimi.

- Ô Tonhão! Tá ouvindo o que eu ouvi? Vê se isso tem jeito de ser homem com esse apelido, Mimi. Tá zoando com a minha cara, boneca?

- Não senhor.

- Jura? Sério? Tonho me dá o alicate. Sabe o que eu vou fazer contigo, viadinho? Vou arrancar cada unha dessas tuas mãozinhas delicadas.

Antes que o rapaz pudesse expressar qualquer reação, Jack tampou sua boca com fita. Deu cinco voltas ao redor da cabeça para garantir que nenhum som sairia daquela boca. Sem perder tempo, tratou de arrancar de uma vez as unhas das mãos que estavam algemadas atrás do corpo.

- Tá gostando viadinho? Espera até o Tonho comer tua bunda.

Tonho fumava calmamente seu cigarro. Ria e peidava ao mesmo tempo. Gostava de ver Jack em ação. Jack era implacável, seu herói. Ficou lembrando quando pegaram o Alfinete, um cafetão metido a esperto que mantinha umas putas na zona sul. Caiu na besteira de não pagar o acerto. Jack havia lhe pedido para caprichar com o Alfinete, sem dó nem misericórdia. Tonho deu o melhor de si. Foi divertido ver o cara andar de pernas abertas depois que saiu do hospital. Os médicos tiveram que dar vinte e sete pontos para costurar o estrago em seu ânus.

- Aí Tonho! O viado desmaiou na terceira unha do pé. Acredita nisso?

- Peraí que ele já acorda. Falou Tonho soltando uma gargalhada e dois peidos.

Tonho pegou o rapaz pelas pernas e o levou até a beira do rio. Deixou-o de pernas para o ar e enfiou sua cabeça na água. Quando sentiu a contração nas pernas de Michael, puxou-o para fora e deu-lhe três tabefes na cara para acordar de vez.

- Acordou viadinho? Agora tu vai conhecer o Tonhão aqui.

Jogou o rapaz no chão, arrancou sua calça e a cueca. Tirou a própria roupa e começou a alisar seu pênis até senti-lo rijo o suficiente para colocar uma camisinha. Deu umas palmadas na bunda magra e branca do rapaz.

- Bundinha virgem, Jack. Esse aqui vai sentir mais que o Alfinete.

Tonho não tinha pudor. Para ele não fazia diferença em que buraco do corpo enfiaria o pau, fosse homem, mulher, jovem ou idoso. Se tivessem que pagar por algo, Tonho fazia questão de cobrar, com seu pau tamanho extra/big/GG, que fazia até puta correr. Nascera com uma anomalia genital, seu pênis era mais grosso que um punho fechado, longo, praticamente um jumento, literalmente falando. Tonho riu quando começou a penetrar o rapaz, que se contorcia e espremia as nádegas no intuito de evitar a penetração. Em vão, Tonho abriu suas nádegas com as mãos e, sem cerimônia, introduziu aquele cajado com violência. Riu e peidou quando viu o sangue borrar a camisinha, ficou mais excitado ainda e socou até sentir que alguma coisa dentro do rapaz rasgou. Quando terminou o serviço, uma poça de sangue se formava ao redor do quadril do infeliz.

Jack assistia a tudo e vigiava ao mesmo tempo. Fumava seu habitual cigarro mentolado e ria diante da cena, da cara que Tonho fazia a cada estocada, do tremor do corpo do rapaz. Quando Tonho terminou sua sabatina, Jack foi conferir o estado de Michael.

- Se não morrer de hemorragia, vai morrer com infecção. Mas antes vamos dar uma ajudinha para as bactérias. Vai se limpar Tonho. Vou certificar-me de que este daqui não voltará do mundo dos mortos.

Jack pegou um taco de beisebol e bateu violentamente na cabeça do rapaz até sentir que o cérebro começava a sair pelos buracos. Depois enfiou quase todo o taco na bunda do jovem e ficou mexendo como se estivesse mexendo em um caldeirão. Quando achou que já era o suficiente, chamou Tonho Boca Santa e jogaram o corpo no rio.

Entraram na viatura discreta e rumaram para um buteco para tomar umas cervejas. Jack pegou o telefone e ligou para o chefe.

- Chefe! Tudo certo, o viadinho não vai mais comer sua filha. Opa! Desculpa chefe, foi mal.

Desligou o telefone e começou a dar risada. Tonho o acompanhou naquela sinfonia de risos e peidos.

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